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Cronicas para adolescente
Cronicas para adolescente

Universidade

 
É verdade que há muito tempo que não actualizava o blog, mas também há muito tempo que não tinha uma inspiração como tenho agora. A vida não me corre pelo melhor em todos os sentidos, mas há, de facto, algo que me corre bem e o meu coração está satisfeito com esta mudança para melhor.
Chegou a altura de ingressar na Universidade. Tempo de mudança. Vou sair debaixo das asas protectoras dos pais que sempre estiveram lá para mim vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana… Na verdade, vai tudo continuar mais ou menos na mesma, só que estou a mais uns quilómetros de distância do que estava e, vou ter de passar a viver sozinho durante a semana e ver só os pais e a família ao fim de semana. Será isto positivo?
Na altura que mais precisamos de apoio, temos de deixar tudo quanto conhecemos e embarcamos numa nova aventura longe de casa, sem fio para nos agarrarmos, sem pedaços de pão para seguirmos. Estamos vendados perante o futuro e tudo o que está à nossa frente é uma venda preta que nos cobre os olhos. Podemos ser marotos e de vez em quando espreitar, mas nunca claramente, pois quem nos guia não nos deixa.
É um pouco como as praxes. Somos martirizados no início, sentimo-nos mal, mas toleramos. Depois das praxes abre-se a vida academia. No entanto, aqueles dias custam a passar na altura e mais tarde parecem que passaram tão rápido que queremos lá voltar.
Já vos mostrei um dos lados, mas há ainda que considerar que os encargos para os pais são muito maiores e a vida de estudante não é conhecida como a vida de rico, antes pelo contrário. Contamos os cêntimos (porque já não temos tostões) e navegamos por entre o dinheiro. Sobram-nos dias, falta-nos dinheiro. Pedir emprestado? Para quê? Daqui a uns dias recebo… Bah, mas já agora, uns euritos emprestados dão jeito para almoçar!
E depois ainda vem a preocupação com o curso. Será que somos realmente capazes de acabar o curso ou de aguentar todo aquele ritmo frenético que nos falam? Toda a gente diz que é muito mais difícil que o secundário, que se dão infinitas páginas numa aula e que é impossível conseguir apanhar tudo. De qualquer forma, o medo está cá… medo por enfrentar algo novo… mas com todas estas insinuações o medo aumenta e a ansiedade dispara exponencialmente.
Mas vamos ter calma, já assim diz um amigo meu… Não serve de nada estar com nervos e ansiedades despropositadas … o que tiver de ser… será!

De qualquer forma, boa sorte a todos aqueles “caloiros” como eu que vão agora conhecer a dura realidade de ser estudante universitário. Estamos prontos!!!

Música & Dança

 
Em tempo de exame, torna-se difícil vir aqui escrever. No entanto, mais uma vez, surgiu a ideia e tive de a transpor para a folha digital do meu portátil.
Começo por vos propor uma reflexão: O que significa a música para todos nós? O que é que representa? Que parte toma na nossa vida? E a dança? O que nos faz mover o corpo e passar a um mundo para além dos sentidos?
As músicas que ouvimos no nosso dia-a-dia podem reflectir, não só, o nosso estado de espírito, mas também a nossa forma de enfrentar o dia-a-dia. Tomem, por exemplo, o simples acordar ao som de uma música ou ir a caminho do trabalho ou escola a ouvir uma música no ipod. Essa música acompanha-nos para o resto do dia e, mesmo sem querer, de vez em quando, lá damos por nós a cantar aquela música uma e outra vez. Sinto que a música, para mim, representa 90% do meu dia. Respiro música, que entra pelos meus pulmões e sai na forma de dança.
Danço… Passo o meu dia com coreografias à volta da minha cabeça. Passo dias e dias a pensar numa música e na coreografia que posso pensar para ela. Adoro inventar algo novo e meu para “personalizar” aquele som que me entrou no ouvido de manhã. Nem todas as músicas dão para criar uma coreografia adequada àquilo que danço, à forma como me expresso, mas não custa tentar…
O aquecimento, a aula, o repetir da coreografia vezes e vezes sem conta, o sair da aula e ficar a falar sobre a coreografia e a lembrar coreografias antigas e chegar a casa e dançar mais um bocado, o acordar no dia seguinte com dores no corpo de ter passado o dia anterior todo a dançar só para tentar fazer aquele passo …. Há coisa mais excitante?
A música e a dança são, para mim, dois pontos fulcrais do meu dia e entrelaçam-se. Os 90% passam a 100% com a dança, mas não consigo dividir melhor, porque a música não existe para mim sem dança e a dança não faz sentido sem a música… Dos 90% de música, 89,9% são dança para mim. Confusos? Espero que não, pois a música não nos permite confusão.
Não deixo de ouvir Bach, Mozart, ou até nomes menos sonantes como Ricardo Galliano ou sonatas menos conhecidas… mas a musicalidade nelas presente leva-me a outro mundo. Não dispenso ver alguém dançar… bem ou mal… porque o simples facto de observar, leva-me à vontade de me juntar e juntar os corpos a formar algo comum… um contacto único só possível na dança.
É por isso que vos digo que cada vez mais amo a MÚSICA e a DANÇA a ponto de lhes dedicar esta crónica.

A sra. Loucura e o sr. Lucidez

 
"Serei louco? Louco não sou com certeza, pois se o fosse não me questionava. Mas quão louco sou para pensar que sou louco? Mais louco não podia ser..."

E assim começa mais uma vontade de escrever. É certo que há tempo que não aqui escrevia, mas as saudades apertam e os dedos reclamam. Comecei com uma frase que flutuou na minha cabeça durante toda esta semana. O que é a loucura? Serei eu um louco?
Tenho medo de enfrentar este assunto. Neste tema, sinto-me um bocado Pessoniano. Escrevo sobre tudo e se algum dia alguém ler tudo o que tenho escrito ou um pouco de tudo - pois, de certo, tudo não conseguirá ler -, não conseguirá definir-me enquanto pessoa. Escrevo quando sou eu... escrevo quando estou em mim... mas depois escrevo a achar-me outro alguém e a sentir outro alguém... Nada de heterónimos... nada disso ... é algo diferente ... continuou a ser eu ... mas sinto de todas as maneiras ... consigo ver para além de mim...
A loucura começa aqui. Será a loucura a inteligência de ver acima de tudo? Será que as minhas ideias, completamente diferentes da maioria, conseguirão algum dia vingar e sustentar os meus debates e dúvidas? Ou serão elas demasiadamente fracas e inúteis, arrebatadas por um simples argumento sem grande palavreado?
Começo como um louco mas acabo por me questionar. Se fosse realmente louco, questionar-me-ia se o sou realmente? A meu ver, não!
Se o não fosse, não descartando ainda que posso e talvez seja, não me questionava acerca disto. Aceitava de bom grado que era alguém normal - ou talvez não - mas que vivia e ninguém dizia que era louco. Que raio de ideia! Eu... louco? Nem pensar!
Mas, como disse ainda agora, não descarto a ideia de o ser. Contradigo-me aqui, contradigo-me ali ... e continuo louco... pois nada faz sentido! Já vos baralhei de certo, mas só assim me conseguem entender...

Mas creio que ainda explico isto de outra forma. Imaginem a Loucura como uma senhora, baixa, forte, extremamente arrogante e com um fato azul-bebé extremamente vivo. Por outro lado, imaginem o senhor Lucidez (pois só assim fará sentido) como um homem alto, sério, ar imponente e um bigode respeitoso. A senhora Loucura ia a passear por entre os neurónios numa bela noite - sim, porque lá dentro só se faz luz às vezes (e é preciso que seja uma grande ideia!). Do lado oposto, vinha o senhor Lucidez, passeando com o seu chapéu-de-chuva, porque se encontrava num meio bastante húmido, e amaciando o seu bigode. Os dois olham-se ao longe e pensam "Vou fingir que não te vejo", mas ao distraírem-se a olhar para o lado, eis que esbatem um contra o outro. A arrogância típica da Loucura leva-a a dizer que a culpa é sempre do Lucidez. Nunca olha por onde anda. Mas o senhor Lucidez, como calmo que é, diz que, a culpa é sempre dos dois. Pois ambos têm o mesmo peso no meio onde andam. A loucura recusa-se e diz "onde estou eu não estás tu! Não quero misturas. Tu estás naqueles certinhos e eu estou nos dos hospícios". O senhor Lucidez discorda, mas não exprime a sua discordância continuando na argumentação sem sentido. Diz antes:
- Imagina então um mundo sem mim. As pessoas telefonavam a meio da noite umas às outras... roubavam tudo quanto existia... não mediam as suas acções... chegavam a magoar-se uns aos outros... enfim, um descalabro total. Mas imagina um mundo só meu... Toda a gente muito certinha e muito organizada... toda a gente respeita toda a gente... ninguém ousa olhar para ninguém... Provavelmente, está tudo solteiro para não cair na loucura que é o amor... enfim... não resulta...
A Loucura bem queria contra-argumentar, mas as palavras não saíam...

Ora meus amigos, era aqui que eu queria chegar. Não há mundo sem Loucura e não há mundo sem Lucidez. Nada faz sentido se assim não for. Tudo tem de ter a sua parte. Uns têm mais Lucidez, outro mais Loucura, mas ela está SEMPRE presente dentro de cada um de nós.

Espero que ajude nalguma coisa...

Um abraço

Ainda aqui estou...

 
Sentei no vazio da minha cadeira e comecei a escrever … a escrever para o infinito…

É com estas palavras que começo mais um post ….
Estas últimas semanas têm sido, para mim, de (re)conhecimento. Graças aos meus amigos aprendi a dar valor a mim mesmo e por isso tenho de vos agradecer … aprendi a ouvir, a escutar e a mostrar sem ofender … Ao mesmo tempo, aprofundei amizades…
Não consegui no entanto esquecer o vazio que ainda falta na minha vida … Alguns sabem do que falo, outros nem por isso… Tenho de te agradecer por teres ajudado nesta semana … os longos desabafos e o apoio que me deste … nunca será esquecido … e tenho de te agradecer também por teres sido como és para mim (tu sabes quem és).
Fico por aqui desta vez … sem nenhum tema específico … é simplesmente um post .. para dizer que ainda aqui estou… talvez mais feliz e talvez com mais algum ânimo para escrever uma crónica em breve – se bem que agora estou a tentar finalizar o livro.
A todos um muito obrigado … e até sempre

O meu "eu"

 
Após longos meses de ausência, senti saudade de escrever … saudade de voltar às minhas origens e de voltar a sentir o que sinto quando escrevo aqui … neste mesmo espaço …
Sei que é difícil de perceber… mas não há outro espaço em que me sinta contente de ver os meus textos publicados…
Desta vez decidi não escrever sobre um tema de interesse geral … é um tema meu … uma dúvida minha que me atormenta há séculos infinitos e que teima em voltar a cada hora que escrevo…
É incrível que haja, no silêncio um conforto para a nossa alma … Como é que algo que tantas vezes nos atemoriza e nos provoca cócegas na barriga nos faz, outras vezes, unicamente ficar relaxados e conseguir aprender, pensar, reflectir …
É no silêncio que me encontro … no silêncio de mim, de ti, de toda a gente … não quero ouvir ninguém a falar… não quero ouvir nenhum som, nenhuma música, nem sequer o vibrar do telemóvel, nem sequer a minha mãe a chamar por mim incessantemente até eu responder … Desta vez, se for mesmo necessário, tapo os meus ouvidos, escondo-nos nas profundezas do infinito escuro e tapo a tampa que me transpõe de novo para a realidade, para não ser encontrado. Quero desaparecer, mas no entanto quero viver … Sinto-me preso … 
Por outro lado, sei que se torna difícil aos meus amigos encarar-me assim… Por isso, à sua frente mostro-me feliz … eterno … jovem … simpático … e sempre com uma piada a mais para soltar que, por mais sem graça que seja, provoca no mínimo, o à-vontade que quebra o gelo … e só isso, já me faz contente … porque sei que nesse momento sou eu … o eu que conheço de mim só e unicamente …
Há uns tempos fiquei surpreendido por ser nomeado vogal de tempos livres num grupo de jovens a que pertenço, a JMV … quem conhece o mais interior e o mais recatado “eu” … aquele “eu” que aparece quando escrevo poemas, ou até mesmo algumas (talvez a maior parte) das minhas crónicas, sabe-me melancólico, triste, abatido, sem rumo e até sem destino. É óbvio que no dia-a-dia não sou assim … isto é só e apenas só um refúgio para fugir a tanta alegria… 
Até aquelas paixões que já senti, casos raros de amor que na minha vida passaram … servem como motivo para escrever, para desafogar as minhas mágoas … e tenho a certeza que não sou eu … não sou eu, o Bruno, que escreve os meus poemas e as minhas crónicas. O Bruno que eu conheço limita-se a escrever uns textos para a escola, a ir onde tem de ir e a semear sorrisos – ou pelo menos a tentar – por onde passa … O Bruno limita-se a ser ele próprio fugindo aos contratempos que incessantemente surgem na vida e que nos levam a deambular horas e horas sem rumo à vista… Quem escreve pode até se chamar Bruno, pode assumir o mesmo corpo que eu, a mesma alma, a mesma aparência, o mesmo cogito … mas sem dúvida que não é aquele que está dentro de mim quando te encaro … que está dentro de mim quando te vejo e te olho e te digo simplesmente “sorri” …

Felicidade

 
Começo esta crónica por agradecer a todos, mais uma vez. Nunca é demais agradecer aqueles que lêem as crónicas.
Parei de escrever crónicas, há já algum tempo, simplesmente porque a inspiração não vinha. Uns dias estava muito ocupado para escrever, outros não tinha ideias e, assim, o tempo foi avançando e não me conseguia sentar em frente ao computador, abrir um documento e escrever uma crónica. Tentei por diversas vezes procurar assuntos que me interessassem, que me inspirassem e que me levassem a escrever, mas o tema simplesmente não vinha.
Foi quando estava na casa de uma amiga que, subitamente, me veio este tema à cabeça – Felicidade.
Quando comecei as crónicas, prometi a todos que escreveria acerca dos temas que interessam aos jovens e, realmente, pareciam ter esgotado, mas esta simples palavra – felicidade – representa um conjunto tão grande de ideias, de sentimentos e de situações, que é impossível não falar acerca dela. Sinto-me culpado por não me ter lembrado mais cedo deste tema, mas ele está aqui para todos vós.
Para começar a escrever, decidi procurar esta palavra no dicionário e encontrei “Ventura; bem-estar; qualidade ou estado de quem é feliz”. Ora aqui está um bom ponto de partida.
Quando estamos felizes estamos bem-dispostos, alegres. A felicidade acaba por ser uma qualidade que está presente em nós. É indescritível o que sentimos quando estamos felizes, mas todos concordam comigo … sabe bem…
Quando estamos tristes e em baixo, parece que o mundo vai cair sobre nós. Há dias assim, e infelizmente, parecem ser mais do que aqueles em que estamos contentes. Por uma pessoa ou um grupo de pessoas ou até mesmo uma situação que nos deixa em baixo, deixamos de sentir esta sensação boa que nos invade o corpo, penetrando através da nossa pele, fazendo-nos por vezes rir ou até mesmo dar força àqueles que estão à nossa volta.
Faço-vos agora uma pergunta … de que nos serve estar tristes? De certo que há situações com as quais reagimos de uma forma menos boa. Há certas coisas que nos deixam em baixo e com as quais não podemos combater. Mas e aqueles dias em que acordamos, saímos de casa e simplesmente não nos apetece sorrir, mas não temos motivo algum. Não seria melhor colocar um sorriso na cara e aproveitar o dia? “A vida são dois dias” e realmente o primeiro já passou…
Inscrevo aqui também um aparte, que acaba por estar relacionado com a felicidade. Quando estamos apaixonados e não sabemos se somos correspondidos… É certo que há certas atitudes da parte da outra pessoa que nos deixam pensativos e nos fazem reflectir. Mas há também outras atitudes que nos dão quase a certeza de que essa pessoa não gosta de nós da mesma forma que nós gostamos dessa pessoa. Se não sabemos como dizer isso à outra pessoa, vamos atirando indirectas para o ar, na esperança que essa pessoa note que nós estamos ali. Mas … e se for tudo muito arriscado? E se houver o factor distância? E se as coisas forem mais difíceis? Será que a felicidade nos ronda nesses momentos?
Eu decidi há já algum tempo tomar uma atitude positivista. Posso estar triste comigo mesmo, posso não estar bem comigo mesmo, mas aqueles que estão à minha volta não têm culpa do que se passa na minha vida. Não me serve de nada descarregar em cima deles. Não me serve de nada culpá-los ou aborrece-los com os meus problemas. É claro que temos amigos com quem desabafamos e podemos contar com eles, mas se mostrarmos uma atitude positiva perante a vida, as coisas parecem doer menos. O amor torna-se mais leve no sofrimento e mais profundo na felicidade. A incerteza torna-se mais discreta e a certeza mais absoluta. O sentimento torna-se mais forte e as lágrimas tendem a desaparecer, porque mesmo que gostes dessa outra pessoa, se ela não gosta de ti, não há nada a fazer. Por isso, vivam a vida … aproveitem … desfrutem … pois só com felicidade podemos fazer um mundo melhor. Fiquem bem … até à próxima crónica…

De volta outra vez (para mal de uns e bem de outros)

 
Allo a todos...
Depois de uma longa ausência em que, simplesmente, não conseguia ter ideias para actualizar este sítio tão especial, decidi voltar às "minhas" crónicas.
Já vamos na terceira série de crónicas. Realmente, tenho de agradecer-vos por continuarem a vir aqui, a lerem as crónicas, a apontarem o que está certo ou errado e, sobretudo a comentarem e darem apoio para que este blog siga para a frente.Obrigado
De qualquer forma, este post é somente para dizer que estou de volta e estou a trabalhar de novo numa nova crónica.
O tema, embora muito comum a todos, ainda não me tinha lembrado de escrever directamente acerca dele.
Brevemente, mais novidades...
8-2-06

Suicídio

 
“Allo” a todos. O tema desta crónica deu-me a volta à cabeça, mas acabou por sair num momento de melancolia. A verdade é que a vida dá voltas e voltas, mas pára sempre no mesmo sítio, ou melhor, no mesmo sentimento.
Por vezes sentimo-nos sós, abandonados e excluídos … ninguém gosta de se sentir assim, é mau demais … ninguém merece.
Há quem não ligue muito, mas o caso mais grave pode estar mesmo à nossa volta. Podemos ter um amigo/a, que não esteja bem consigo próprio/a, logo que possa vir a tentar algo mais estúpido e infeliz – como o suicídio.
Quantas vezes não pensaste que, de tão mal que estás, que tudo seria mais fácil se morresses? Ultimamente, tenho pensado muito neste assunto. A morte pode parecer indiferente a alguns, mas pode ser o inferno para outros.
Não é um tema fácil de retratar, mas é um tema muito “in” na adolescência e infelizmente, perto de nós existem mais casos do que imaginamos.
A morte, tema que aqui já retratei é, para muitos jovens um momento escuro da vida, sem sabermos o que se encontra para além dela – esquecendo os pensamentos e crenças que não são chamados ao caso –, mas pode também ser vista como algo natural.
Por mais problemas que possamos ter, será que a única solução para eles é mesmo morrer? Será que não há mais nenhuma hipótese senão desaparecer para todo o sempre da vida de todos os que nos rodeiam? Será que vale a pena deixar os nossos pais e amigos desconsolados? Sim, porque embora por vezes te possa passar pela cabeça que não tens amigos e que os teus pais não te ligam nenhuma, isso é mentira.
Os teus pais, embora por vezes mais ausentes ou mais escassos a exprimir-se, gostam muito de ti, e é algo que, regra geral, não se deve duvidar. Os teus amigos, que podem ser em maior ou menor número, mas só tu os podes distinguir como bons amigos, amigos ou simplesmente colegas – com o tempo de convivência e as experiências – irão lembrar-se sempre de ti e sentir a tua falta, porque sim é verdade que te adoram…
Quantas vezes não choramos por coisas inúteis e sem sentido, que depois de passado algum tempo, recordamos e pensamos “Como fui estúpido/a em pensar que não havia solução?”.
Pensa primeiro. Antes de cometeres suicídio pensa se é isso que queres, porque uma vez que o faças, não é fácil voltares atrás e não é fácil explicares o motivo aos teus pais e amigos. O apoio vem, mas as chatices virão também.
Portem-se bem e continuem a comentar…

Egipto - Faraós e Rituais

 
Olá de novo, adolescentes! Para continuar a segunda série do blog “Crónicas de um Adolescente”, decidi desta feita escrever uma crónica acerca de um dos temas que assolam a vida de muitos jovens e que fascina outros já não tão jovens. Sei que posso ser um leigo nesta matéria, mas o que é certo é que o tema de que vos vou falar é o primeiro do género a aparecer no site: “Egipto – Faraós e rituais”.
Antes de começar a falar no tema propriamente dito, uma questão insistia em rodopiar na minha cabeça quando pensava no tema desta crónica. O que têm os Faraós do Egipto a ver com os adolescentes? Depois de muito pensar e porque queria e quero muito ter este tema retratado no blog, descobri que, como já foi referido, este tema interessa a muitos jovens. Peço desculpa por me ter alongado tanto com estes pormenores, mas o facto é que são importantes para alguns daqueles que lêem as crónicas.
Para começar a crónica, ou pelo menos o tema da crónica, e antes de vos falar acerca das maravilhas, tenho de vos “enturmar” com as vivências do Egipto e com a época em que se encontrávamos.
O Egipto de que vos vou falar era um Egipto arcaico, de onde provinha o “verdadeiro” conhecimento e onde se acreditava ser o “templo” dos Deuses. Os faraós eram tomados como semi-deuses.
No Império Antigo, na primeira dinastia – porque existiram 14 dinastias – o Egipto encontrava-se dividido em duas partes: Baixo Egipto, conhecido como a “Terra Negra” – consistia na parte norte do Nilo e no Delta do Nilo – e o Alto Egipto conhecido como “Terra Vermelha” – consistia no Sul do Nilo e no Deserto. Não me vou alongar a falar de todas as dinastias, mas vou sim falar acerca dos faraós mais conhecidos (míticos).
Começarei então por falar no Rei Escorpião ou Serket, personagem fictícia do filme “A Múmia – 2”. Este faraó pertence ao grupo de faraós em que não se consegue provar a sua existência. No entanto, encontra-se actualmente no “Ashmoleum Museum” em Oxford uma múmia encontrada com um Escorpião mumificado, que se acredita ser deste faraó. Acredita-se também que este faraó pertenceu ao Império Antigo, governando no Alto Egipto, por volta de 3150 a 3100a.C.
Outro faraó também mítico, retratado no jogo para computador “Broken Sword”, é Tutankhamon. Este faraó faleceu durante a sua adolescência, mas instituiu o culto de Aton, o deus do Sol. Este faraó foi nomeado aos 10 anos, restaurou os deuses do Antigo Egipto e morreu sem deixar descendentes. Este é o faraó que mais fascina os cientistas, porque a sua tumba foi a única encontrada intocável até aos dias de hoje.
Outro faraó que também aparecia no filme “A Múmia”, é Imhotep, também designado por Amenhotep. Este faraó foi um misto de médico, mago e arquitecto. Foi considerado o Deus da medicina. Foi o primeiro físico, químico, filósofo e astrónomo.
Outro faraó também mítico foi Ptolomeu XV Caesar, que foi nomeado faraó pela sua mãe. Era filho de Cleópatra e Júlio César. Cleópatra nomeou o seu filho faraó e, antes de ser apanhada pelos Romanos, suicidou-se. César mandou matar o jovem faraó pouco tempo depois.
Pelo meio, fica Nefertiti outro faraó igualmente importante, que decidi excluir da crónica, acabando por referir somente o seu nome.
Quanto ao ritual da mumificação, era feito para evitar a deterioração dos corpos e era feito aos faraós. Acreditava-se que a deterioração dos corpos envenenava a malta do defunto. Mas antes de haver este ritual da mumificação, os egípcios envolviam os corpos em peles de animais, para que não se deteriorassem com os ventos. Após um longo processo evolutivo chegaram ao processo de mumificação.
Alguns momentâneos descuidos destes levaram-nos a esquecerem-se, por vezes, de determinados instrumentos no interior das múmias, o que nos permite conhecer, aprofundadamente, os seus diversos utensílios de trabalho: ganchos de cobre, pinças, espátulas, colheres, agulhas, vasos munidos de bicos para deitar a goma escaldante sobre o cadáver e furadores com cabeça de forcado, para abrir, esvaziar e tornar a fechar o corpo. Dada a ausência de qualquer informação legada pelos Egípcios sobre as suas técnicas de embalsamamento, é necessário recorrer aos relatos de historiadores gregos, como Heródoto, para que a nossa curiosidade seja saciada. As suas descrições permitem-nos vislumbrar cada movimento dos embalsamadores. Em primeiro lugar, estes extraíam o cérebro do defunto pelas narinas, com o auxílio de um gancho de ferro. Seguidamente, “com uma faca de pedra da Etiópia” (segundo refere Hérodoto) efectuavam uma incisão no flanco do defunto, pelo qual retiravam os intestinos do morto. Após terem limpo diligentemente a cavidade abdominal, lavavam-na com vinho de palma e preenchiam o ventre com uma fusão de mirra pura, canela e outras matérias odoríferas. Deixavam então o corpo repousar numa solução alcalina, baseada em cristais de natrão seco, onde permanecia durante setenta dias, ao fim dos quais a múmia era envolvida com mais de vinte camadas de ligaduras e coberta por um óleo de embalsamamento (uma mistura de óleos vegetais e de resinas aromáticas- coníferas do Líbano, incenso e mirra), que endurecia, rapidamente. Todavia, as suas propriedades anti-micósicas e anti-bacterianas não protegiam a estrutura do corpo esvaziado, dessecado e leve, facto comprovado pelo incidente ocorrido com a múmia do jovem faraó Tutankhámon, que se fragmentou, quando a tentaram remover do seu caixão. As faixas que envolviam o defunto eram, preferencialmente, de cores vermelho e rosa, jamais sendo utilizado para a sua concepção linho novo, mas sim, aquele que era obtido a partir das vestes que o morto envergava em vida. À medida que as ligaduras eram colocadas em torno dos defuntos, os sacerdotes presentes pronunciavam fórmulas sagradas. Simultaneamente, depositavam-se nos leitos de linho inúmeros amuletos profilácticos, tendo mesmo sido encontrada uma múmia com cerca de oitenta e sete destes objectos de culto. Entre estes encontrava-se ankh (vida), uma das mais preciosas dádivas oferecidas aos homens pelos deuses; o olho de oudjat, ou olho de Hórus, símbolo de integridade, que selava a incisão feita pelos embalsamadores, para retirar as entranhas do morto; um amuleto em forma de coração, concebido para assegurar que os defuntos seriam bem sucedidos nos seus julgamentos; e o escaravelho, esculpido em pedra, barro ou vidro. Este insecto enrola bolas de esterco, onde depõe os ovos. Os Egípcios creiam que um escaravelho gigante gerara o Sol de forma similar, rolando-o em direcção do horizonte, até ao firmamento. Uma vez que todas as manhãs este astro soberano desprende-se de um abraço de trevas, o escaravelho tornou-se num símbolo da ressurreição dos mortos. Quanto às pessoas normais, eram inumadas num caixão rectangular, depositado num sarcófago de pedra, considerado um depósito da vida. Apesar de, por mim poder escrever milhões e milhões de palavras sobre este assunto, acho melhor ficar por aqui, senão ninguém comenta a minha crónica. Já me alonguei até às mil duzentas e quinze palavras, por isso, por aqui me despeço, deixando votos de que continuem felizes, com atenção à escola, e não descuidem as minhas crónicas. Como diz a professora de português … “façam oobséquio de comentar a minha crónica…” … Fiquem bem …

Vícios - café...chocolate...coca...

 
Alô! Depois das férias e de uma crónica de boas vindas, voltei com uma crónica à séria. O tema desta crónica, como já repararam são os vícios. Decidi focar o café, a pedido de um amigo meu e também o chocolate, por interesse pessoal.
Antes de mais, para falarmos de qualquer vício, temos de saber que o corpo humano tem necessidades para além das suas necessidades fisiológicas.
Uma pessoa sã – pessoa sem vícios – é aquela pessoa que consegue viver a sua vida sem dependências físicas para além das suas dependências fisiológicas. Baseando-nos nesta definição, podemos constar que é raro encontrar alguém são nos dias de hoje.
Os vícios de que vos falam são vários, desde os físicos até outros que não são tão físicos quanto isso. Exemplificando os vícios físicos temos, por exemplo, as drogas – cocaína, ecstasy, heroína, haxixe… –, temos os produtos naturais – café, chá, chocolate…- e, entre outros, um tema algo debatido, o vícios do excesso – comer desmesuradamente, beber sem limites, por aí….
Mas, para não me alongar tanto, começarei agora a falar das causas dessas dependências. Por exemplo, o chocolate contém teobromina, um isómero que quando entra no organismo excita o sistema nervoso central, provocando a dilatação dos vasos sanguíneos e também acções diuréticas.
Mas, segundo investigadores conceituados, pode-se afirmar claramente que o maior excitador do sistema nervoso central que ingerimos diariamente, é o café. O café provoca uma maior vasodilatação e provoca dependência psíquica. Podia desenvolver muito mais este tema, mas o que aqui resumo dá-nos uma ideia bastante interessante.
Sabendo que um vício é o mesmo que uma dependência podemos afirmar que a maior parte da população se encontra dependente de chocolate e café.
Outro grande número da população encontra-se dependente de uma outra substância … tabaco …
Muitos começam por pensar que não se viciam, que têm a situação sobre controlo, mas quando se apercebem é tarde demais e não dá para largar essa droga, esse vício, responsável pela morte de milhares de pessoas em todo o mundo e considerado uma das mais graves dependências com consequências a nível físico e psicológico.
Ainda sobre o café, apresento-vos uma teoria que encontrei enquanto realizava a pesquisa para a realização desta crónica que retrata a dependência do café como uma dependência neurológica grave. Segundo o investigador L. Juliano da “American University” em Washington, uma simples chávena de café por dia pode, em caso de abstinência, provocar sintomas de dependência – dores de cabeça, cansaço, dificuldades de concentração e até sintomas de gripe. Por isto, os cientistas exigem que a dependência do café faça parte das doenças neurológicas de ordem grave, para que esta dependência seja levada a sério. E, para dizer a verdade, quem não ouviu os seus pais dizerem que necessitam de um café para acordar, ou simplesmente para acalmar uma dor de cabeça…
 
Olá a todos mais uma vez e desta feita depois de uma longa ausência. Prometi a alguns leitores uma justificação plausível para esta ausência, embora não seja fácil, a verdade é que decidi tirar umas férias deste blog e talvez da minha vida para resolver uns assuntos pendentes. Se durante este tempo tivesse escrito algo no blog teria sido algo de amargo e por isso só agora me sinto preparado.
Hoje, decidi escrever acerca do início das aulas. Podia ter arranjado um tema melhor ou então podia ter apressado a crónica, mas infelizmente, não deu.
As aulas começaram e a Escola Secundária de Manuel da Fonseca está a “abarrotar” de pessoal novo. O ano lectivo até começou bem, embora para alguns um pouco cedo demais, mas para mim foi no ponto x, ou seja na altura exacta. Foi mesmo após os meus anos e por isso mesmo agradeço que não tenha começado nesse dia.
Nesta crónica também não me vou alongar muito mais. Vou dizer que foram umas férias tristes, embora com bons momentos que nunca mais serão esquecidos. Foi o desaparecimento de certas pessoas, o surgimento de outras, a descoberta de novas paixões, a aventura do conhecimento e sobretudo o Verão das mortes...
Enfim, fui eleito delegado de turma do 11ºCTA … Marisa conto contigo para me ensinares os deveres deste novo cargo … e conto também com a vossa colaboração – a malta da turma – para me ajudarem a aguentar isto até ao fim do ano… Não roubem testes, por favor!!!
Este é assim o retorno às crónicas azuis… Bem vindos de novo e dentro em breve estará aqui uma nova crónica, essa sim com um tema específico e com aquilo a que vos habituei a ler e a comentar. Fiquem bem … Até breve!
 












Sábado, 4 de Junho de 2005

Errar é humano...

 
Para falar verdade, a vida é algo complicado, não acham? Nem tudo o que fazemos é o correcto. No entanto, sofremos as consequências dos nossos actos e, por vezes, nada podemos fazer para remediar o passado.
O que farias se pudesses mudar o passado? – Perguntaram a Sara uma vez, ao que ela respondeu – Sabes bem o que eu mudaria, mudaria tudo.
Neste momento, muitos de vós estão a questionar-se acerca da misteriosa Sara … posso simplesmente dizer que é uma amiga. De resto não interessa para o conteúdo da crónica. Posso-vos também dizer que é próxima e que, neste momento precisa de ajuda, mais do que qualquer outra pessoa. Longe de tudo e de todos, isolada num mundo só seu. Sara … culpa-se por tudo e nada pode fazer.
Por alguns momentos, pode-nos passar pela cabeça que o mundo é simplesmente uma esfera e que somos apenas uma parte insignificante na vastidão do infinito, sem voz para gritar os medos e ansiedades e sem coragem para sair da inércia em que vivemos enclausurados.
Nunca te sentiste assim? Fechado numa jaula, onde a porta está aberta, mas não sais. Nada te impede de o fazer, mas tu simplesmente não sais. Sem motivos … limitas-te a fitar a porta do infinito com olhos vazios, sem expressão. Como se o teu corpo não tivesse alma. Como se nada de humano se encontrasse dentro de ti. Estás para além da realidade … para além do mundo … para além dos teus próprios sonhos ... mas sozinho, sempre sozinho entre a multidão como se de um circo de feras se tratasse. Sara limita-se a observar o tempo e a ver os dias a avançarem para os outros, mas para ela ainda se encontra naquele dia de há cerca de um ano atrás, quando tudo começou … o pesadelo de Sara.
A saudade é a maior prova que o passado valeu a pena. Ela sofre por um passado que não esqueceu, por um amor que perdeu, por alguém que deseja mais do que tudo, mais do que o mundo.
Para Sara, o mundo sem ele não passa de algo vazio, a preto-e-branco ainda nos anos sessenta onde a imagem tremelicava, tal como os seus olhos marejados de lágrimas. A realidade treme … dói e acima de tudo revolta. Mas quando a tristeza é mais profunda que a dor e nos apercebemos que chorar já não vale a pena temos que fazer uma escolha. Ou se luta pelo que se quer ou abandona-se o mundo em que não se é feliz. Se escolheres sair da jaula e lutares pelo que realmente interessa, o único risco que corres é o de seres feliz. Porque mesmo que as coisas não corram como esperavas podes sempre encontrar a nova razão para viver, uma nova forma de seres feliz e de amar.
Por outro lado, se escolhes viver enclausurado, a jaula só se torna cada vez mais pequena até ao ponto em que falta o ar para respirar. Sentes-te sufocado e a agonia torna-se maior do que aquilo que podes suportar.
Deixo aqui a minha ajuda a Sara, sendo esta parte do seu sofrido e desesperado desabafo. E vocês? O que faziam? Deixavam a jaula ou mantinham-se enclausurados? Continuem a postar e sejam felizes, porque errar é humano e todos merecem uma segunda oportunidade, uma porta de saída.
BC 

Morte

 
Já cá estou outra vez para escrever um pouco mais. Confesso que desde a última vez que escrevi já vários acontecimentos tiveram lugar, mas na verdade, nada “paga” a minha escrita. Algo que tenho de valioso sãoestes meus registos a que apelido de “crónicas”.
Hoje decidi escrever, porque faleceu uma pessoa muito minha amiga. Esta é, talvez a forma mais aliviante que encontro para desabafar e para deixar correr livremente as minhas lágrimas para o infinito lago que venho a encher desde criança.
Infelizmente, devido aos horários na escola não consegui comparecer ao funeral desta senhora que era uma grande amiga da minha avó e minha também. Era daquelas pessoas que aparecem na nossa vida e das quais não nos esquecemos nunca mais. Ainda não consigo acreditar que ela tenha mesmo falecido, mas a verdade é mesmo essa.
O que mais me choca no meio disto tudo é que ainda há alguns meses atrás, ela estava tranquilamente a trabalhar no seu salão, onde cortava cabelos diariamente. Foi de um momento para o outro que lhe foi diagnosticado um cancro no ovário. Os médicos operaram-na e retiraram-lhe a parte infectada. Não foi suficiente. Mais tarde, Rita adoeceu e ficou muito mal no hospital, por não mais de duas semanas. Piorando de dia para dia, Rita, a grande amiga da minha avó faleceu pouco depois.
Tive imensa pena quando, hoje por volta das duas da tarde passei no autocarro no local onde iria decorrer o enterro. A pequena aldeia de Santa Cruz estava cheia de pessoas que vinham dizer o último e sentido adeus a Rita. Numa fracção de segundo, os meus olhos encheram-se de lágrimas, as quais não consegui conter. Pensei na desgraça do resto da família, dos netos que só tinham conhecido a avó até aos seus três ou quatro anos, mas também no que a Rita disse à minha avó pouco tempo antes de falecer.
Rita disse-lhe que, quando se curasse de tudo isto iria para casa tomar conta do seu marido e que já não iria trabalhar mais, porque já tinha sofrido o suficiente. Ela nem sabia que, poucos dias depois, a desgraça viria a acontecer. Esta pode bem ser a crónica mais pequena que escrevo, mas é, talvez a mais sentida, porque mesmo ao escrever esta crónica é-me totalmente impossível conter as lágrimas. A cada palavra que escrevo, sai-me uma nova gota de água brilhante, à qual dedico à grande amiga da minha avó. Deixo aqui as minhas saudades e uma certeza: nunca a vou esquecer, bem como a sua família e amigos.
O que realmente me fez pensar, foi que, já não é a primeira vez que isto acontece e, na verdade, percebo agora que também um adolescente chora quando alguém morre. De que serve fazer-se de duro se quando chega a hora da verdade, quase todos choramos. Não vale a pena ignorar estas situações, porque todos por elas passam.
Assim me despeço por hoje, deixando uma mensagem: sejam fortes como eu estou a tentar ser e estou a tentar fazer com que a minha família o seja.
 

Quarta-feira, 4 de Maio de 2005

O Amor

 
.. l'amour ... love ... amor ... ruk ... liebe ...
Às vezes dou comigo para aqui a pensar sobre a minha vida e chego a conclusões absurdas, mas ao mesmo tempo fabulosas. Hoje, recebi um mail de um antigo “amor” meu, de uma daquelas aventuras que às vezes aparecem no Verão. A verdade é que quando me cruzo com essa pessoa, o meu coração dispara e eu fico sem saber como agir, mesmo agora que já mal nos falamos e que está tudo acabado entre nós. Ao ler aquela mensagem dei comigo cheio de calor, todo corado e com o coração a 120km/h. Será isto normal?
Na verdade, a mensagem não tinha nada de especial: simplesmente uma pergunta acerca do porquê de eu a ignorar e mal falar com ela. Foi aí que cheguei a uma dessas conclusões mirabolantes de que vos falei no início. Será que essa pessoa mexeu tanto comigo que eu estou apaixonado por essa pessoa? De facto, faz todo o sentido, aparte do facto de eu já ter uma namorada. A minha sorte é que ela é suficientemente compreensiva e aceita todas estas minhas maluquices sem me “chatear a cabeça”. Cheguei à conclusão que eu  ainda posso gostar dessa outra pessoa, mas não sei como me comportar em frente dela. Foi o meu primeiro amor, está certo e como dizem “o primeiro amor é o mais forte”, mas eu gosto muito da minha namorada e não a quero deixar. Como resolvo este dilema?
Como este assunto dos meus amores se estava a tornar um pouco enfático, decidi virar o meu pensamento para algo que me pudesse ajudar mais na minha vida, mas como não conseguia largar este assunto, vi-me deparado com a inevitável pergunta “o que é o amor?”. Será aquilo que sinto pela minha namorada amor? Será aquilo que sinto pela outra pessoa amor?
Ao procurar na “net” respostas para esta complexa pergunta, deparei-me com variadas respostas, desde o mais vago “é tudo aquilo que sentimos abstractamente, com mais ou menos intensidade” até ao mais detalhado “é fogo que arde sem se ver …”. No entanto, todas as definições me pareceram abstractas e sem sentido. Eu não sinto nada daquilo, na verdade o que eu sinto é mais uma amizade sincera e, de certa forma, profunda do que aquele amor que é descrito. Se calhar todos temos formas diferentes de sentir o amor, ou talvez eu só sinta paixão. Será o amor algo que temos de procurar para toda a vida? Será o verdadeiro amor aquilo que pouca gente encontra e todos reclamam que se fartam de procurar e não encontram?
Depois disto levantei mais mil e uma questões desde “Quão vago é o amor?” e “O que engloba este sentimento?” até “Será a paixão o princípio do amor?” e “Será a amizade a base do amor?”. De certo que sim, que a amizade é a base do amor, mas há casais que têm por base algo mais, como o sexo.
Embora esteja ainda numa tenra idade, já tenho algumas noções sobre sexo, ou melhor, já sei mais coisas sobre sexo e aquilo que sei já me é suficiente para perceber que o sexo não é algo que deva ser vendido “aos sete ventos” como é actualmente. Talvez diga isto porque sou virgem e ainda não experimentei aquela sensação que dizem ser maravilhosa, talvez por isso não tenha ainda a necessidade de encontrar uma parceira já, mas acho que o sexo é algo tão puro, tão verdadeiro e tão bonito, que não deve ser tratado tão cruelmente. O sexo é aquilo que permite ao homem dar uma nova vida, não algo que se vê nos teletextos das televisões e na Internet à venda como se de algum produto se tratasse; trata-se do nosso corpo.
No entanto, há aqueles que defendem que sexo é o prazer e aquilo que eu estou a tentar descrever é o amor. Ora aí está mais uma definição de amor que eu acho cruel e descabida. Fazer amor não deve ser o mesmo que fazer sexo. Fazer amor deveria ser encarado como praticar o mais belo sentimento do mundo. Quando um homem praticasse o amor, deveria estar a oferecer um ramo de flores ou até mesmo uma caixa de chocolates à sua cara-metade e não, estar em cima dela numa posição esquisita a fazer sexo tântrico (exemplo real) e a mulher deveria estar a dar carinhos ao seu amor, mostrando assim o seu afecto.
Na verdade, tudo isto é somente a minha opinião, é somente algo que me faz mover e pensar, mas cabe a cada um de nós tentar mudar este conceito ridículo. A pergunta “o que é o amor?” é uma pergunta um tanto filosófica porque é algo que engloba tanta coisa que é praticamente impossível de definir. É algo complexo demais para uma pessoa definir. É algo que está presente em tudo: quando uma mãe alimenta o seu filho recém-nascido está a mostrar o seu amor, quando um pai conversa com o seu filho, fá-lo com amor e até mesmo quando um periquito dá comida ao seu filho, fá-lo com amor, é isso mesmo, os animais também têm amor, embora por vezes seja ignorado. Os animais são, donos de um amor que chega a ser, por vezes, mais puro do que o de certas pessoas e neste caso estou-me a referir àqueles que casam por dinheiro ou por outro qualquer interesse que não seja o amor. Há uns quantos anos seria enforcado por estar a dizer isto, mas estou grato que tudo tenha evoluído, incluindo o amor. Felizmente, hoje já não somos obrigados a casar com a pessoa que os nossos pais escolhem: somos livres de casar com quem bem entendermos e fazer o que “nos der na gana”.
Isto é o que me faz pensar e isto é o que ocupa a minha cabeça quando eu estou distraído. É assim que ocupo as minhas férias: a pensar o que vou escrever na minha crónica. Talvez quando a adolescência passar eu deixe de as escrever, mas por agora é aquilo que me dá mais prazer.

Amizade

 
Desde há um tempo para cá, a minha vida encontra-se naquilo a que vulgarmente chamamos, uma desgraça. Procurei por tudo aquilo que dizem fazer efeito para curar o “stress” do dia-a-dia e a confusão de um simples adolescente, mas a verdade é que nada funciona comigo. Vejo-me embrulhado num imenso cosmos de ilusão e confusão que circula à volta da minha cabeça e parece nunca ter fim. Nunca imaginei que me iria sentir assim. Este assunto pode até ser chato para alguns, mas se não escrever aquilo que sinto, parece que vou rebentar de um momento para o outro. É como quando temos aquela vontade enorme de nos gabarmos a alguém e não podemos, porque parece que os nossos amigos não estão tão interessados como isso e se ouvem, respondem logo de seguida com um indiferente “ya”. Quando na manhã passada acordei e olhei para o espelho pensei: “Onde é que está a minha vida? Onde se encontra aquela vida feliz que eu tinha antes de entrar na adolescência?”, mas a verdade é que não encontrei resposta. Tentei de todas as formas contactar os meus amigos, mas nenhum deles me respondeu o que eu esperava. O interessante é que recebi milhões de respostas diferentes de todos os meus amigos, mas nenhuma me satisfez … Será por não ser minha? Enquanto perguntava sobre este assunto aos meus amigos, lembrei-me de outro assunto importante: A amizade, ou deverei dizer a Amizade, sim, a Amizade com letra maiúscula, porque a Amizade é algo tão raro nos dias de hoje que já contactei com pessoas que diziam não ter um único amigo a quem pudessem confiar as suas vivências. No meu caso, tenho poucos amigos, o que tenho mais são conhecidos. Aqueles a que posso atribuir a palavra Amizade são muito poucos, porque de certo, por qualquer atitude menos amiga que me façam passam a ser meus conhecidos. Sei que sou teimoso e chato nestes assuntos, mas a verdade é que a maior parte das pessoas com quem falo no meu dia-a-dia são meus conhecidos. A Amizade é um sentimento mais nobre que o amor, porque o amor tem intrínseco o ciúme. Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos, não se apercebem do amor que lhes devoto e da absoluta necessidade que tenho deles e o quanto a minha vida depende das suas existências. Há pessoas com quem não preciso de falar todos os dias, basta-me saber que existem, que estão lá e que se desaparecessem, uma grande parte de mim desapareceria com eles. Mas como não os procuro assiduamente, não lhes posso dizer o quanto gosto deles: não sei se por vergonha minha ou medo meu, mas tenho o sentimento de que não iriam acreditar em mim ou que simplesmente me iriam responder com um idiota e vulgar “deixa-te dessas coisas, meu”. Muitas das pessoas com quem lido e falo nem sabem o quanto significam para mim. Às vezes, quando os procuro, reparo que não têm a noção de como são importantes na minha vida e de como fazem parte do meu mundo, aquele mundo que construí sobre eles, os alicerces da minha vida. Se um desses alicerces se partisse, toda a minha estrutura se partia e eu ficava em baixo, mais em baixo do que possa estar neste momento. É nestas alturas que me sinto obrigado a admitir que algumas das pessoas das quais gosto “nem me ligam cartão”, algumas das pessoas que mais amo nem me falam no meu dia-a-dia. Talvez por estupidez minha ou talvez por burrice ou quem sabe até descuido, mas a verdade é que tenho pena e saudade da vida que tinha antes de entrar nesta tão complicada fase que é a adolescência. Todos dizem que um dia toda esta maluquice irá desaparecer e que eu irei “ficar normal”. Mas o meu medo é mesmo esse: ficar “normal”, voltar aos padrões da sociedade mal construída e mal alicerçada que gira à minha volta. Será que é mesmo isso que eu procuro, ser “normal”? Até quando admiti aos meus pais o meu sonho de cantar e seguir pela minha vida fora como alguém famoso, a sua resposta e atitude mais óbvia foi dizer para eu ficar quieto e deixar-me ficar no meu canto, onde estava bem. Tenho todas as oportunidades, menos essa. Será que o facto de me proibirem de navegar na Internet e de falar com alguns dos meus amigos vai destruir este meu sonho? Não me parece. Só o que vejo à frente dos meus olhos nessas alturas são os meus verdadeiros amigos, aqueles em quem confio e a quem disse aquilo que acreditava e queria seguir e que prontamente responderam: “força, segue em frente se é isso que queres”, àqueles que se mostraram prontos a me ajudar nessas alturas e não ignoraram o meu sonho, tentando ignorá-lo e agindo como se ele não fosse parte da minha, àqueles que, ao menos se deram ao trabalho de ler as imensas músicas que escrevo e dizer se estão boas ou não e de dizer o que me falta para conseguir atingir o ponto mais alto da minha vida: uma carreira no mundo da música. Se tenho talento ou não, não sei, mas se nunca procurar nem tentar, como é que vou descobrir? Os meus pais são aqueles que me ajudam a seguir o caminho e que me mostram como me devo comportar dentro dos padrões da sociedade, dando-me amor e carinho como ninguém mais. Mas por outro lado, os pais nunca são a mesma coisa que os nossos amigos. Todas as cenas de ciúmes que os nossos pais nos fazem porque, por raras vezes, damos um pouco mais de atenção aos nossos amigos, não valem a pena, porque um amigo nunca é a mesma coisa que um pai e um pai não é a mesma coisa que um amigo, embora também seja amigo, talvez o melhor que possamos ter, mas a verdade é que não é a mesma coisa. Espero quando sair desta fase não esteja dentro dos padrões comuns da sociedade, forçado a viver na monotonia do dia-a-dia e forçado a aceitar as “normalidades” a que me sujeito. Espero estar melhor, mas nunca cair na asneira de ser “normal”, porque o interesse está em sermos nós próprios e ser “crianças para toda a vida”. Espero também que o meu sonho esteja concretizado e para isso conto com a vossa ajuda. Obrigado aos meus verdadeiros amigos …


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